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quinta-feira, 26 de julho de 2012

Piso de madeira de demolição página 2


Dando continuidade à matéria sobre pisos de demolição, falaremos agora sobre os cuidados que devemos ter com este tipo de piso

Sob medida
Segundo o arquiteto paulista Fabio Levi, a madeira mais comum em demolições é a peroba-rosa de velhos pisos ou vigamentos. Estes últimos oferecem comprimento e bitolas maiores - e por isso mesmo costumam custar caro. Na percepção do arquiteto Gustavo Dias, especialista na renovação de construções históricas de Tiradentes, MG, a peroba é artigo escasso; o cedro, raríssimo. Ele trabalha usualmente com canela-parda e canela-preta. E, assim como outros profissionais, prefere repetir a função inicial: assoalho segue assoalho, viga continua viga. "Os pisos antigos são gastos de uma maneira própria, cuja beleza é difícil de reproduzir", justifica. Vale lembrar que nesse mercado não existem apenas peças centenárias e espécies raras. Depósitos e casas em demolição também dispõem de madeiras extraídas mais recentemente, caso do ipê.

Preparo cuidadoso

Tudo começa pela limpeza (feita preferencialmente com máquinas de água e alta pressão, em vez de substâncias químicas corrosivas, que podem danificar a madeira). Uma vez secas, as réguas precisam ser aplainadas para ficar com a mesma espessura. Há quem utilize apenas a face desgastada pelo tempo. Outra opção é aproveitar também o lado liso para evitar perdas. Só então as peças são cortadas na lateral para ganhar encaixes do tipo macho e fêmea (o mais comum) ou empena (espécie de chanfrado). Se planejadas como junta seca, elas ficarão lado a lado, sem encaixes - de efeito mais rústico. Nesse caso, costuma-se dispensar posteriormente a massa de calafetação (aplicada no encontro das réguas) e adotar cera no acabamento. Todas essas tarefas cabem ao fornecedor do material, ao depósito ou ainda ao marceneiro e são feitas numa oficina. "Retiro os pregos e tampo os buraquinhos o mínimo possível, com massa F12 , para não alterar as características da madeira", diz Getúlio José dos Santos, da Antigão Demolições, de São Paulo. Ele também tinge ou mantém restos de tinta, de acordo com o gosto do cliente. Se necessário, faz-se ainda a descupinização preventiva - embora espécies como peroba-rosa, ipê, canela e jatobá sejam naturalmente resistentes.




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